Recordo hoje o dia em que iniciei, embora sem ter a noção disso na altura, o percurso do doutoramento que acabei em 2013. Estava na conferência do CIDOC em Atenas, em 2008, pouco tempo depois de acabar o mestrado, a ouvir o Nick Poole e o Gordon McKenna a falar sobre o projecto de internacionalização da norma SPECTRUM e pensei com os meus botões: isto é que era uma coisa interessante para fazer no teu doutoramento, Alexandre (sim… eu falo comigo mesmo…)! Quando voltei muita gente teve de aturar o entusiasmo. A família, o patrão, os colegas de trabalho, o orientador, os professores, os amigos e colegas dos museus, julgo que até os vizinhos tiveram que ouvir falar do projecto. Era algo simples. Traduzir uma norma boa, testar essa norma com um caso prático num bom museu e conciliar tudo isto com a aplicabilidade da norma nas ferramentas de gestão de colecções da Sistemas do Futuro. De 2009 a 2013 todas aquelas pessoas tiveram que lidar comigo a braços com o trabalho de investigação, sobreviver e, acima de tudo, ajudar-me a sobreviver. Já lhes agradeci e ficarei para sempre grato a todos, mas hoje é dia de renovar esse agradecimento porque recebi o Prémio APOM na Categoria Estudo sobre Museologia exactamente pela tese de doutoramento “SPECTRUM: Uma norma de gestão para os museus portugueses“.

Este trabalho pretendeu, desde o início, ser um contributo importante para a gestão e documentação das colecções dos nossos museus e acabou por proporcionar uma parceria excelente entre museus e profissionais de Portugal e Brasil que se concretiza no projecto SPECTRUM PT onde todos poderão encontrar, descarregar e, mais importante, utilizar a SPECTRUM PT como norma para o trabalho diário nos museus.

Apesar de já ter mencionado o agradecimento que fiz aqui no Mouseion, não posso deixar de agradecer (ou voltar a agradecer) à APOM, com um enorme abraço a todos os seus responsáveis, pelo honroso prémio que me foi atribuído hoje (irei guardar esta prenda de natal e o meu reconhecimento a todos vós para sempre), à Sistemas do Futuro, ao Fernando Cabral e a todos os museus colegas e amigos de trabalho que tornaram este trabalho possível, ao Museu da Ciência da Universidade de Coimbra por ter acreditado neste projecto (com um abraço enorme aos seus responsáveis e a toda a equipa), ao Prof. Rui Centeno que me orientou verdadeiramente, à Faculdade de Letras e a todos os colegas e amigos dos museus, à minha família e amigos e, acima de tudo, à Sandra, ao João e à Inês a quem dedico por inteiro este prémio.

Um enorme abraço a todos deste vosso, para sempre grato, amigo!

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