Mudar, ainda que ironicamente, é das coisas mais constantes que a vida nos oferece. É assim desde o início da humanidade e fruto dos desafios que nos são colocados ao longo da nossa evolução. A grande diferença entre as mudanças que o Homem teve de enfrentar no passado e as que tem de enfrentar actualmente prende-se, na minha opinião, com a velocidade com que somos confrontados com ela.

Ainda que não seja perceptível, sem uma breve reflexão pelo menos, literalmente todos os dias somos confrontados com novas tecnologias que implicam mudar radicalmente a forma como actuamos. Há uns anos atrás, não muitos, ter um computador com a capacidade dos telemóveis actuais era algo que nos parecia ficção científica. Nessa mesma altura imaginar a existência de uma plataforma social digital como as que existem actualmente seria, no mínimo, arrojado. No entanto, hoje temos relógios com capacidade para tirar fotografias, óculos que nos dão informações sobre tudo o que pretendemos saber e, ainda por cima de forma contextual, chips que são implantados no nosso corpo e que nos habilitam a comandar máquinas, enfim uma enorme quantidade de avanços tecnológicos que implicam novas formas de interacção com o mundo.

A Cultura, porque é o nosso reflexo, o reflexo da sociedade em que vivemos é um dos sectores onde as mudanças poderão ter um papel determinante no futuro, mas como devem os profissionais do sector, nomeadamente os dos museus, se preparar para a mudança? Que novas profissões, ou perfis de profissionais, serão criados com o desenvolvimento tecnológico? A Mapa das Ideias, parceira portuguesa do projecto eCult Skills, pretende reflectir sobre este importante tema através do workshop New Professions for New Experiences of Culture que se irá realizar no próximo dia 4, na Galeria Fábulas em Lisboa e no qual irei apresentar, com base na minha experiência, uma visão sobre este (denso) tópico. Que me dizem? Aparecem por lá?

Ecultskills

Aproveito este post (já andava para escrever sobre o assunto há algum tempo) para agradecer à Ana Fernambuco, à Inês Câmara e à Mapa das Ideias o convite para o conselho consultivo do projecto. É uma honra e um prazer colaborar com vocês.