Antes de começar a escrever sobre o titulo deste post não posso deixar de agradecer ao António França e à Câmara Municipal de Ovar pelo convite que me fizeram e que permitiu a minha participação nesta iniciativa.

Devo dizer que eu fui um fraquinho que apenas se juntou à Maratona de Museus que a Câmara organizou já o sol ia bem alto. Pelos relatos dos participantes às 8 da manhã já se percorriam as estradas do concelho até aos primeiros museus/espaços museológicos que seriam visitados nesse dia. Assim e com muita pena minha fiquei sem conhecer as tanoarias, o espaço museológico da Força Aérea em Maceda e o museu do grupo folclórico “As Tricanas de Ovar” e, após um belo repasto (segundo fui informado), também perdi a oportunidade de conhecer a Casa-Museu de Arte Sacra da Ordem Franciscana Secular. Em breve irei pedir ao França um pouco do tempo dele para visitar estes espaços e aproveito para pedir desculpa aos seus responsáveis por não poder ter estado presente como gostaria.

Quando cheguei a maratona encontrava-se na Ourivesaria Carvalho, uma tradicional ourivesaria ovarense, que tem como proprietários pessoas com um notável sentido de responsabilidade social e que reconhecem na sua história, um pouco da história de Ovar que merecia (merece sim) ser preservada e contada aos da terra e aos de fora. O trabalho de recuperação do espaço que foi em tempos uma antiga oficina de ourives e relojoeiros é notável e os responsáveis, herdeiros de uma já longa tradição, souberam manter o espírito de uma casa que bem conhecem. Já o fiz na visita, mas não posso deixar aqui de lhes agradecer por nos permitirem usufruir de um pouco daquela rica história.

De seguida fomos de autocarro visitar algo que era completamente novo para mim: a parte norte da Ria de Aveiro. Para um espinhense dizer que conhece mal aquela parte da Ria e de Ovar devia dar direito a alguma espécie de multa, mas o que é verdade é que não conhecia e por isso fiquei agradado por conhecer o trabalho que a CENÁRIO faz na recuperação e promoção da vela de lazer, através do restauro das belíssimas embarcações e de (pelo que me disseram algumas pessoas que já os fizeram) fantásticos passeios pela Ria onde se pode observar a rica fauna local e paisagens de um encanto brutal.

A maratona continuou para o Museu Escolar Oliveira Lopes onde pudemos recordar, conforme poderão ver nas fotos, as antigas carteiras e vivências da escola primária que este Museu, antiga escola fundada 3 dias antes da implantação da República, tão bem documenta.

A maratona teve o seu fim (e eu arrisco dizer o seu ponto alto) no Museu Etnográfico de Válega. Um museu etnográfico local que se diferencia dos restantes pela forma como somos recebidos e pelo trabalho de investigação sobre as tradições de Válega que permitiram um jantar, com base em receitas tradicionais, de comer e chorar por mais. Agora perceberão porque disse ser este o ponto alto da maratona.

Após o jantar ainda tivemos o prazer de conhecer melhor o Museu de Ovar antes de um debate, que encerraria o dia, sobre Redes Museológicas, para o qual tive o prazer de ser convidado como orador e no qual participaram também o Ricardo Nunes e o Sr. Vereador para a Cultura, Dr. Vitor Ferreira. O debate não foi dos mais participados, porque o adiantado da hora e o cansaço acumulado por um dia inteiro a visitar museus não o permitiram, mas confesso que das comunicações que ouvi dos responsáveis da C. M: de Ovar percebi que a rede de museus daquele concelho é um projecto bem pensado e fundamentado no qual é tida em conta a participação dos museus de uma forma participativa e que tem o mérito de juntar, ao contrário do que é habitual, museus de iniciativa privada (a maior parte deles) com os museus municipais na persecução de um objectivo comum.

Quero deixar aqui expresso o meu agradecimento a toda a equipa e profissionais que nos receberam e votos do maior sucesso nas suas futuras iniciativas e projectos.