Chego de manhã ao escritório e nas leituras habituais do RSS do Público deparo-me, uma vez mais, com a notícia da falta de pessoal nos museus tutelados pelo Instituto de Museus e Conservação. Pelo que se lê nesta notícia, os museus de Arte Antiga e de Arqueologia (dois dos mais importantes museus portugueses) tiveram mesmo que encerrar algumas das salas de exposição ao público por questões de segurança relacionadas com a falta de vigilantes. A situação é a mesma desde que eu trabalhei (precariamente também) no antigo IPM nos idos anos de 98 e 99 e, ao que parece, ainda não se encontrou qualquer solução para este cenário.

A situação até poderia ser percebida e recebida com alguma normalidade. Afinal o Estado encontra-se em dificuldades económicas (sendo que alguns ministérios ainda compram carros topo de gama, pelo que ouvi hoje na rádio). Mas será assim tão complicado resolver uma situação que afecta há anos o funcionamento regular dos museus estatais? Qual é o valor que está em causa? Chegaria o valor que o Ministério despendeu com a exposição do Hermitage? Parte do valor que despende com a instalação da Colecção Berardo no CCB? Poderia ser resolvida com outros meios (tecnológicos, por exemplo) que evitassem a contratação de tanto pessoal? Gostava, sinceramente de saber de que valores estamos a falar, para ter uma opinião mais fundamentada.

E afinal, segundo julgo saber, os museus que pretendam obter a certificação junto da Rede Portuguesa de Museus, precisam de apresentar, entre outros requisitos, um quadro de pessoal adequado às suas necessidades, certo? Será que irão ser certificados os museus de Arte Antiga e de Arquelogia?

No entanto, parece-me que a senhora Ministra tem um problema com a água que lhe carrega o capote e a sacode como ninguém. Dizer que o problema resulta de um atraso da participação do problema por um instituto a que ela própria tutela, não é o caminho mais correcto. Mas isto sou eu a pensar, vá!