Lia-se no Público de ontem no Local Porto o seguinte: “Em condições normais, o Museu Amadeo Souza Cardoso recebe 15 visitantes por dia. Desde o fim de Outubro, a média é a multiplicar por dez. Rodin, Kandinsky e Miró explicam”. Isto numa notícia de Inês Nadais  que tinha como título “RODIN, KANDINSKY E MIRó fazem disparar visitas” e sub-título “Os 15 minutos de fama do Museu Municipal de Amarante”.

Uma excelente notícia pensarão. Eu, após alguma reflexão, fiquei com este pensamento: “será que só Rodin, Kandinsky e Miró é que chamam pessoas aos museus? se assim é porque raio é que não compramos alguns exemplares e os distribuímos pelos museus menos visitados?” É fácil. Porque não tem nada a ver com a presença das obras destes autores (dos quais eu gosto muito, confesso), mas antes com a forma como as exposições deveriam ser aproveitadas para trazer público aos museus e com os instrumentos utilizados pelos museus para fidelizar esse público ocasional. Até podia ser organizada uma exposição em Amarante com dezenas de Picassos, Dali e outras obras de grandes mestres que fosse visitada por milhões de pessoas, ávidas de cultura e ansiosas por disfrutar da arte dos mestres, mas se nada for feito para além da exposição, passados esses meses de euforia, voltamos a ter o Museu Amadeo de Sousa Cardoso novamente com 15 visitantes por dia.

O que fazer então? Como aproveitar estes eventos para fidelizar os públicos? Que iniciativas e caminhos devem ser tomados? Dava um bom debate, não dava?