Um Feliz Ano Novo

Um Feliz Ano Novo

Espero que todos tenham um excelente 2022 e que este ano vos traga o dobro daquilo que procuram. Um Feliz Ano Novo é o que desejo para os museus portugueses!

Cartaz feliz ano novo
Votos de Boas Festas

Votos de Boas Festas

Quero agradecer a todos os leitores do Mouseion por cá terem passado mais um ano e desejar a todos, extensíveis aos que vos são mais próximos, os meus votos de Boas Festas e um Ano Novo cheio de saúde, felicidade e sucesso!

Boas Festas
O que temos? O que faremos com o que temos?

O que temos? O que faremos com o que temos?

O ICOM Portugal lança, com uma perspectiva interessante, um importante desafio aos museus portugueses com o “Inquérito à presença de património proveniente de territórios não-europeus nos museus portugueses” e com os passos seguintes a que se propõe. Saber o que temos e depois saber o que fazer com o que temos é, penso eu, o mote que dirige esta iniciativa que eu recebo, enquanto profissional de museus e membro do ICOM e do CIDOC, com muito agrado e expectativa. O que temos? O que faremos com o que temos? são as perguntas que deveríamos fazer com o património que, de alguma forma, tem origem num contexto cultural distinto do nosso, do europeu. Além de as fazermos nós, devemos também perguntar a outros, que perguntas querem também fazer e responder.

Espero sinceramente que a adesão seja massiva e que este inquérito possa servir para uma reflexão sobre a documentação das nossas coleções e a representatividade do contexto cultural que ela reflecte. Têm até 15 de Outubro para responder, por isso não há qualquer desculpa para não participar.

Fica aqui a proposta do ICOM Portugal:

Numa perspetiva de conhecimento do património que temos à nossa guarda e enquanto país com uma história multissecular de contactos globais e aberto ao diálogo intercultural, o ICOM Portugal propõe um breve inquérito que visa perceber a presença de coleções e objetos extraeuropeus no contexto dos museus portugueses. 

De modo a que possamos compreender a sua quantificação, distribuição pelo país, bem como o seu estado de conservação, estudo e inventariação, mas também o modo como este foram adquiridos/incorporados.

Num momento seguinte, propomo-nos contribuir para a melhor documentação destas coleções. Acreditamos que contribuiremos assim para o diálogo com os membros das diásporas originárias dos territórios representados nos museus portugueses, potenciando a sua inclusão nas estratégias de gestão e divulgação, abrindo simultaneamente caminho para parcerias internacionais.

Este inquérito, destinado às entidades museológicas públicas e privadas, pode ser preenchido e submetido até dia 15 de outubro. Os resultados serão divulgados nos Encontros de Outono 2021 do ICOM Portugal, a realizar no último trimestre e que serão dedicados ao tema.

Inquérito disponível neste link: Inquérito à presença de património proveniente de territórios não-europeus nos museus portugueses

Mais informações: info@icom-portugal.org

Um bom Ano!

Um bom Ano!

Foi um bom Ano. Cheio de novos projectos, concretização de alguns outros, continuação de outros. Para o Ano espero que continue assim, aliás que melhore em alguns pontos e certamente será quase um ano perfeito.

Este foi o ano em que concretizei (melhor dizendo, concretizamos), com a ajuda de bons amigos e de várias instituições que acreditaram no projecto, a primeira fase da implementação da norma SPECTRUM em Portugal e no Brasil com a publicação, em Agosto, da tradução e adaptação da norma, em versão digital e impressa. Um trabalho que seria impossível sem a preciosa ajuda de muitos (não nomeio todos(as) para não correr o risco de me esquecer de alguém… desculpem), mas para o qual foi essencial o empenho do amigo Gabriel Bevilacqua Moore.

Foi o ano em que comecei a colaborar, de forma mais estreita, com a Universidade onde aprendi muito do que sei sobre museus e museologia.

Foi o ano em que conheci uma quantidade enorme de excelentes profissionais de museus do Brasil. Uma comunidade vibrante, com vontade de mudar e melhorar os museus brasileiros que me fez lembrar os anos da criação da nossa RPM e aquilo que imaginávamos ser o futuro dos museus portugueses. Gente boa que me acolheu de braços abertos e com quem aprendi muito mais do que aquilo que partilhei. Entre eles ganhei novos amigos (e isso é o mais importante).

Foi o ano em que verifiquei que a comunidade profissional de museus tem uma resiliência notável. Já o imaginava, mas o teste este ano foi duro para muitos e ainda assim não vi ninguém virar a cara aos problemas. E foram alcançados feitos notáveis nos museus portugueses este ano, tendo em conta todos os constrangimentos sobre eles.

Para o ano espero que todos os meus colegas e amigos, assim como os museus e instituições onde trabalham consigam alcançar os seus objectivos e fazer, se é que é possível, ainda melhor do que este ano. Será certamente um ano difícil, mas creio que, enquanto comunidade, estamos mais do que à altura das circunstâncias.

Um excelente ano para todos!

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Social Tagging e ciência feita pelos cidadãos

Social Tagging e ciência feita pelos cidadãos

Já há muito que conheço projetos bem interessantes de social tagging em museus através dos seus repositórios digitais nos quais o mais simples dos utilizadores pode adicionar etiquetas com informação que para ele é relevante sobre as coleções. Não são uma novidade de todo, mas o caminho ou os caminhos que abrem estão, no meu entender, ainda muito pouco explorados. Quero com isto dizer que o conceito de dar uma palavra aos utilizadores e reunir, de forma mais ou menos complexa, informação que possam ter sobre as coleções é visto de forma positiva e negativa na comunidade museológica, no entanto, tal como a maior parte das inovações na documentação de coleções dos últimos 30 anos, as suas mais valias só poderão ser confirmadas ou esquecidas depois de aplicarmos na prática, em diferentes contextos e com diferentes objetos de estudo, esse mesmo conceito. Devo dizer que a ideia me fascina e julgo que os conservadores de museus e as equipas que tratam do estudo e gestão de coleções poderiam ganhar muito com esta abertura, mas compreendo também alguma relutância quanto à necessidade do museu (e seus profissionais) manterem em alta as expectativas de credibilidade de informação que normalmente detêm junto do seu público.

Dito isto hoje fui surpreendido com este projeto dos Imperial War Museums e dos National Archives: Operation War Diary – Reports From The Front. Um projeto inovador que permite a quem quiser ajudar a classificar um conjunto de documentos (diários de diversos batalhões e companhias inglesas que estiveram em diversas frentes da guerra) de acordo com diferente tipos de informação como cronologia (data e tempo), locais, pessoas, actividade das unidades, baixas, clima, vida militar, referências, etc. que nos é introduzido por um tutorial bem eficaz e simples. O projeto conta já com boas percentagens em termos das classificações para alguns dos diários disponíveis e, infelizmente para nós portugueses, é restrito a diários de unidades militares do Reino Unido, no entanto, imagino que possa ser facilmente replicado para um mesmo projeto que o Arquivo Histórico Militar ou os Museus Militares Portugueses decidissem empreender ou para outros projetos de carácter semelhante que museus e arquivos portugueses possam ter interesse em desenvolver em parceria com a Zooniverse (responsável pela plataforma e gestão da informação recolhida), uma rede de projetos de ciência de cidadãos da Citizen Science Alliance.