Cibermuseologia – Seminário

Cibermuseologia – Seminário

No âmbito da comemoração dos 100 anos do Museu de Aveiro (pelo que sei para o encerramento do programa de comemorações) será organizado um seminário sobre a integração e o papel da tecnologia nos museus, denominado Cibermuseologia, que terá lugar no próximo dia 6 de Junho, pelas 10:00h, no Museu de Aveiro.

O programa (abaixo) parece-me, modéstia à parte porque também faço parte dele, muito interessante e com diferentes perspectivas do que a tecnologia pode fazer em prol do museu, das suas colecções e dos seus públicos. Pela minha parte terão uma comunicação centrada no importante papel da digitalização do património cultural e dos vários factores que a influenciam (financeiros, tecnológicos, humanos, etc.). Será a oportunidade de voltar a “trabalhar” debaixo dos telhados do Convento de Jesus e junto de vários amigos e colegas que me ensinaram muito do que sei hoje sobre museus.

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Quem vai estar presente?

PS: clicar na imagem para aumentar.

Melhores recursos de aprendizagem

Melhores recursos de aprendizagem

É o que a tecnologia nos põe nas mãos e nos olhos: melhores recursos de aprendizagem. Melhores e mais acessíveis, não esquecer.

Infelizmente ainda se vêem poucos exemplos em Portugal de recursos educativos como o SmartHistory, no entanto, apesar da barreira de ser numa língua diferente da nossa, esta ferramenta da Khan Academy pode muito bem ser utilizada por professores e educadores em história e história da arte em Portugal para criar e utilizar ou para reutilizar conteúdos muito mais apelativos do que os tradicionais manuais e recursos de ensino. O SmartHistory baseia-se em conteúdos abertos (ou seja conteúdos com direitos de autor, mas que a utilização é permitida de forma gratuita) e nas palavras dos seus responsáveis é “the leading open educational resource for art history. We make high-quality introductory art history content freely available to anyone, anywhere. Smarthistory is a platform for the discipline where art historians contribute in their areas of expertise and learners come from across the globe. We offer nearly 500 videos and these are being translated into dozens of languages.” Foi criado em 2005 para providenciar “a richer learning experience than was possible with existing resources. Traditional textbooks are prohibitively expensive for many and do not take advantage of the digital technologies that are reshaping education. For example, textbooks often use only a single image to represent a work of art, they speak with an authoritative but impersonal voice, and they rarely incorporate the many valuable resources that universities, libraries and museums make available. We built Smarthistory to emphasize the experience of looking at art by using unscripted conversations recorded in front of the work of art whenever possible, by incorporating numerous images and video, and by curating links to high-quality resources on the web.“.

É uma ferramenta que permite explorar diversos temas da história da arte, utilizando recursos que museus e outras instituições disponibilizam em opensource, organizados por cronologia, estilos, artistas ou temas utilizando o melhor que a tecnologia nos dá. No SmartHistory somos também encorajados a criar os próprios conteúdos em Create & Teach através de um conjunto de recomendações técnicas e pedagógicas que nos auxiliam a estruturar conteúdos e utilizar as ferramentas que permitem bons resultados no “produto” final.

Apenas para que conste é importante salientar que este tipo de projectos só são possíveis depois da digitalização do património cultural. Um processo de custos elevados (humanos e financeiros), mas com um retorno de investimento, na minha opinião, muito compensador a avaliar pela qualidade deste projecto.

ENUMERATE – Actualização

ENUMERATE – Actualização

Não é ainda o post mais completo sobre o UNUMERATE que prometi aqui (está quase a acabar uma fase importante que exige máxima concentração), mas não posso deixar de partilhar convosco a actualização do projecto feita pelo Nick Poole da Collections Trust (entidade responsável pelo projecto) que poderão assistir abaixo:

[youtube=http://youtu.be/Cz_TBkwBVmI&w=500]

 

Desta actualização gostaria de destacar a plataforma de dados sobre o projecto e sobre o inquérito realizado ao estado da digitalização das colecções europeias (onde poderão inclusivamente descarregar os dados para excel e SPSS) disponível em http://enumeratedataplatform.digibis.com, na qual poderão também encontrar uma ferramenta, disponibilizada pela Digibis, o ENUMERATE Benchmark, através da qual conseguirão comparar os valores de digitalização das vossas colecções com as médias europeias e nacionais para instituições similares. Para o fazerem apenas precisarão de preencher o tipo de instituição (de acordo com a grelha de tipologias do projecto), o país, a percentagem da colecção já digitalizada e, finalmente, a percentagem da colecção que a vossa instituição pretende digitalizar (tendo em conta que há colecções que não interessa, não podem, não devem, têm um valor de digitalização não sustentável, etc.)

ENUMERATE Newsletter # 4
Colecções, colecções e mais colecções

Colecções, colecções e mais colecções

Por motivos profissionais tenho procurado, com mais atenção do que costume, alguma informação sobre o estado da arte das colecções, dos processos de digitalização, de normas e procedimentos para a sua utilização, da sua publicação online, da utilização que é dada pelos museus aos conteúdos online, etc. Dessa pesquisa encontrei algumas informações que importa reter e divulgar para os potenciais interessados. Assim sendo, aqui vai:

Uma primeira referência apanhada no Twitter do @m1ke_ellis (poderão conhecer do Electronic Museum) para um documento que lista alguns dos bons exemplos de utilização inovadora e interessante das colecções on-line. Pelo que percebi é um documento em aberto e assim, caso pretendam contribuir, poderão enviar alguma informação, via twitter, para @m1ke_ellis.

Um artigo muito interessante no blog de Paul Rowe (CEO da Vernon Systems) sobre alguns dos melhores exemplos de colecções on-line de 2012 tendo em conta a procura da contribuição dos utilizadores para o conhecimento e reutilização da informação das colecções dos museus nas mais diversas plataformas. Do artigo destaco o exemplo dado sobre o Rijksmusueum (sobre o qual já falei aqui) e o da National Trust Collections (pelo volume de informação e clareza do interface). O blog do Paul Rowe é excelente. Aconselho a subscrição.

O ponto anterior (reutilização dos conteúdos) leva-nos a um outro assunto que, mais tarde ou mais cedo, teremos que encarar: os direitos associados a este tipo de conteúdos. Para reflectirem sobre o assunto aconselho consultarem o OpenGLAM (onde poderão consultar exemplos de colecções de conteúdo “aberto”) e aceder/participar numa rede de discussão sobre o assunto.

Sobre um assunto que destaquei na minha intervenção no último congresso da BAD, o estado da digitalização das colecções na Europa, importa também destacar, ainda no blog do projecto OpenGLAM, este artigo. Este é um assunto que os museus, bibliotecas e arquivos deveriam seguir, na minha opinião, com a maior das atenções. Até porque há vida para além da crise :).

Ainda sobre colecções, não posso deixar de destacar, na área da mobilidade e utilização das colecções europeias, este importante relatório sobre maneiras práticas de reduzir os custos com o empréstimo de objectos entre países da União Europeia, acompanhado por um “toolkit” nos quais os profissionais de museus encontrarão informação extremamente útil para orientar e auxiliar nos procedimentos necessários num processo de empréstimo. Um e outro são da responsabilidade do Open Method of Coordination (OMC) Working Group of eu Member States Experts on the Mobility of Collections, mas tomei conhecimento destes documentos através do site da Museums Association.

Por fim, para os interessados no assunto, recomendo ainda que possam seguir com atenção os nomeados/vencedores dos prémios “Best Practice in Collections 2013” instituídos pela Collections Trust para se celebrar as melhores práticas nesta matéria (penso que é um prémio limitado ao Reino Unido por enquanto).

E vocês? Têm alguma sugestão que possa acrescentar a este rol?

© Imagem daqui.

Grupo de Trabalho Sistemas de Informação em Museus – BAD

Grupo de Trabalho Sistemas de Informação em Museus – BAD

Ontem foi dia de apresentação do GT-SIM no congresso da BAD. Confesso que estava à espera de menos audiência porque a concorrência de outros painéis, muito interessantes como poderão ver no programa, era forte e o tema em discussão, os sistemas de informação em museus, não tem estado no centro da atenção da BAD até muito recentemente.

Eu, a Luísa Alvim, a Teresa Campos, a Leonor Antunes e o Diogo Gaspar fizemos diferentes comunicações sobre o tema (das quais um ponto comum que quero aqui salientar se prende com a integração dos sistemas – Arquivos, Bibliotecas e Museus) e o debate foi também participado, embora se tivesse centrado muito (demasiado na minha opinião) na questão da digitalização e nas diferentes perspectivas que cada um de nós tem sobre este conceito. Ficaram por discutir importantes assuntos, como a importância dos arquivos enquanto colecções de museus, levantado pelo Diogo Gaspar, a normalização, o investimento e avaliação neste sector, a participação através das ferramentas tecnológicas de todos no processo de documentação, etc. No entanto, foi a primeira vez que se organizou este painel na BAD (segundo sei… espero não estar a cometer nenhuma injustiça) e não nos faltarão, estou certo, oportunidades de debater estas e outras questões.

Aproveito para vos deixar com uma foto que me tiraram (não conheço o(a) autor(a) que é paradigmática do meu discurso (chato eu sei) desde há alguns anos até agora. Vejam lá se fiquei bem com a normalização ali ao lado!

Congresso BAD - GT-SIM

PS: a foto é uma partilha da Conceição Serôdio no FB. Obrigado Conceição pela organização e pela foto.

AZ Infinitum – Sistema de Referência e Indexação de Azulejo

AZ Infinitum – Sistema de Referência e Indexação de Azulejo

Sistema de Referência e Indexação de Azulejo produzido ou aplicado em Portugal, em permanente actualização. Permite registar e confrontar dados relativos a imóveis, espaços, revestimentos, autorias, referências bibliográficas e documentais, imagens, etc., organizando-se em cinco grandes áreas: In situ, Autores, Padrões,Iconografia, Bibliografia.

Foi ontem apresentado publicamente um projecto que conheço já há algum tempo e que resulta de um importante trabalho da Rede Temática em estudos de azulejaria e cerâmica, que homenageia o Prof. Santos Simões, em parceria com o Museu Nacional do Azulejo e apoiado pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, pelo Instituto de História de Arte da mesma Universidade e, também, pela Fundação para a Ciência e Tecnologia.

Neste trabalho pretende-se, conforme descrito na apresentação do projecto, “oferecer à comunidade científica e às instituições uma ferramenta de catalogação de padrões, ou seja, um instrumento de controlo e normalização terminológica para a área da azulejaria e, em especial, para a área da padronagem, que se estrutura numa base de dados alargada, a ser disponibilizada online.” Um projecto que tem tanto de ambicioso, conhecendo eu um pouco da diversidade de exemplares existentes, como de necessário para os profissionais que se confrontam diariamente com o inventário e classificação do património em Portugal.

Não podia deixar de passar este momento sem expressar aqui os meus parabéns a toda a equipa do projecto, em especial à Rosário Carvalho, pelo excelente resultado que conseguiram nesta iniciativa e pelo excelente e cuidado projecto de investigação que planearam e executaram com tanto esforço. Um obrigado enorme pela importante ferramenta de trabalham que agora disponibilizam.

Por fim, e deixando de lado a modéstia, quero também dar os meus parabéns à excelente equipa com quem tenho o privilégio de trabalhar há alguns anos. O trabalho que a Sistemas do Futuro realizou neste projecto, não sendo a sua parte mais importante, é uma mais valia enorme para o projecto.

Gostava sinceramente de saber a vossa opinião sobre o AZ Infinitum. Alguém se pronuncia?