Treinamento CIDOC, SPECTRUM PT e Seminário em BH

Treinamento CIDOC, SPECTRUM PT e Seminário em BH

O título deste post resume duas semanas intensivas do outro lado do Atlântico onde conheci melhor a realidade dos museus brasileiros, através dos que os vivem intensamente: os seus profissionais.

Começo por agradecer a todas as instituições responsáveis pelo Treinamento CIDOC, às instituições responsáveis pelo projecto SPECTRUM PT (Português) no Brasil e à organização do Seminário realizado em Belo Horizonte pela oportunidade de ter participado nestas três iniciativas. Em todas elas aprendi muito e a partilha das experiências de todos foi, na minha opinião, o maior factor de sucesso para as três. Não posso deixar de agradecer, e perdoem-me por particularizar, ao meu amigo Gabriel Moore Bevilacqua que tem conseguido mobilizar um conjunto de excelentes profissionais e recursos para desenvolver uma área onde os museus, quase em todo o mundo, são especialmente deficitários: a documentação e gestão das suas colecções.

Treinamento CIDOC

Curso CIDOCO curso de formação do CIDOC (Treinamento CIDOC) preencheu por completo a primeira semana em São Paulo. A recepção aos alunos, imaginem vocês, decorreu no domingo dia 17 de Agosto e contou com a presença de quase todos os participantes no curso. Por si só penso que este facto demonstra o interesse e procura que existe para este tipo de iniciativas no Brasil. Julgo que ao todo este curso tinha 90 alunos, divididos entre uma turma de módulos básicos e duas turmas dos módulos intermédios e avançados. O programa, caso não saibam, é desenvolvido pelo CIDOC juntamente com o Museu da Texas Tech University e teve como parceiros, nesta segunda edição no Brasil, com a Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, a Pinacoteca do Estado de São Paulo, o Instituto de Arte Contemporânea e o Centro Universitário de Belas Artes. Eu tive a oportunidade de participar no curso como professor, a convite dos organizadores, tendo a responsabilidade dos módulos 214 (Catalogação de acervos acumulados e recuperação de sistemas descontinuados), juntamente com a Ana Panisset, e 311 (Aquisição de um sistema automatizado: “software de prateleira” ou desenvolvimento sob medida?) com o Stephen Stead. Imaginem lá a responsabilidade que caiu nos meus ombros num e noutro.

O “desenho” deste curso e dos seus módulos pretende suprir as necessidades de formação nesta área, dando resposta às questões que os profissionais de documentação em museus enfrentam no seu dia a dia. Como escolher um sistema, como implementar uma campanha de inventário, como activar um sistema não utilizado, como migrar dados de um sistema para outro, como digitalizar um acervo, como planear o controlo de movimentos ou o controlo de inventário, entre muitas outras, são exemplos das questões que se pretendem desenvolver através de um método específico e centrado na experimentação e participação activa dos alunos durante as sessões de 4 horas.

Para além da minha participação como professor, como poderão compreender, não perdi a oportunidade de assistir a outros módulos e aprender e discutir um pouco mais sobre temas que me interessam particularmente e sobre os quais não temos, como gostaria, uma discussão alargada em Portugal. Uma possibilidade que ficou em aberto, das conversas que tive com a direcção do CIDOC e com os colegas brasileiros da organização, foi a eventual realização deste curso de formação cá em Portugal. Em breve espero poder dar novidades sobre este assunto.

Uma última palavra sobre o curso é directamente sobre os alunos/colegas que aí conheci e participaram nas aulas e outras actividades do curso. Todos vocês foram excepcionais e aguentaram uma semana intensa de trabalho. Fizeram-no sempre facilitando a nossa tarefa enquanto professores, partilhando a vossa experiência pessoal sobre os assuntos discutidos e demonstrando um espírito crítico com uma abertura notável. Foi um privilégio para mim ter aprendido com todos vocês e partilhado um pouco da minha experiência profissional no contexto português. Espero sinceramente voltar a ter a oportunidade de estar com vocês e teremos certamente oportunidades para o fazer.

Workshop SPECTRUM PT e lançamento da tradução portuguesa da norma SPECTRUM

Equipa SPECTRUM PTEsta, como podem compreender, é a menina dos meus olhos. Já passaram alguns anos desde que falei pela primeira vez com o Nick Poole e com o Gordon McKenna sobre o processo de internacionalização desta norma. Essa conversa, tal como quase tudo que acontece na área da documentação em Museus, aconteceu numa conferência do CIDOC (mais tarde perceberão) em Atenas, Grécia. Na altura, pareceu-me ser um excelente tema para o projecto de doutoramento que estava a iniciar e, mais tarde, propus à Collections Trust a possibilidade de uma parceria com uma instituição portuguesa (viria a ser o Museu de Ciência da Universidade de Coimbra) para a tradução e adaptação da norma ao contexto nacional. Mais tarde, na conferência do CIDOC em Sibiu, Roménia (percebem como tudo se passa no CIDOC), conheci alguns colegas brasileiros, entre eles o Gabriel Moore Bevilacqua, e começamos a estabelecer aquilo que viria a ser a parceria concretizada no projecto SPECTRUM PT (de Português e não de Portugal, entenda-se) que teve como objectivo principal a publicação e adaptação aos contextos de Brasil e Portugal da norma.

No final deste processo, que resumi aqui em poucas palavras, e que contou com o contributo de diversos profissionais portugueses e brasileiros e com o importante apoio da Collections Trust, do Museu da Ciência da Universidade de Coimbra, da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, da Pinacoteca e do Museu da Imigração do Estado de São Paulo e do Museu do Café, em Santos, foi publicada a tradução para português da norma SPECTRUM que pretende ser, a partir de agora, um documento único, desenvolvido em parceria entre Portugal e Brasil, à disposição dos profissionais de ambos os países como uma ferramenta que facilite os processos de gestão e documentação das colecções dos museus. Falarei um pouco mais sobre este documento, e sobre o projecto que o acompanha a partir de agora, num outro post específico sobre o assunto.

O workshop que realizamos após o lançamento da norma e de um outro volume da colecção “Gestão e Documentação de Acervos: Textos de referência” que contempla a tradução para português da Declaração de Princípios de Documentação em Museus e das Diretrizes Internacionais de Informação sobre Objetos de Museus: Categorias de Informação do Comité Internacional de Documentação (CIDOC-ICOM) e no qual participaram colegas de diferentes museus brasileiros teve como objectivo reflectir sobre a utilização destes documentos normativos no contexto da documentação e sistema de informação dos museus. Espero sinceramente que possa ter servido para desumidificar este tipo de documentos e desmontar um pouco a complexidade utilizada frequentemente para os apresentar.

Seminário sobre documentação como ferramenta de preservação dos acervos nos museus.

Casa Fiat de Cultura - BHNão será demais, penso eu, referir a importância e actualidade do tema deste seminário. A documentação como uma ferramenta de preservação das colecções é uma ideia que penso que todos os colegas defenderão, mas que está longe de ser na prática, devido aos atrasos existentes nesta área de trabalho dos museus, uma realidade. O seminário pretendeu levantar questões sobre este assunto relacionadas com as políticas (difusão e gestão de acervos), formação e o papel desempenhado pelas instituições internacionais do sector como o CIDOC, por exemplo, na procura de soluções para melhorar a documentação dos museus. A minha contribuição pretendeu reflectir um pouco sobre o papel da investigação em cursos de pós-graduação, tendo como ponto de partida o programa de pós-graduação da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (como aluno e professor) e a produção científica que aí se fez ao longo destes anos. O seminário contou com a presença de diversos especialistas na área (Nick Crofts, Nick Poole, Stephen Stead, Gabriel Moore Bevilacqua, Fernando Cabral, Yaci-Ara Froner, Leonardo Castriota, Joaquin Barriendos, Flávio Carsalade, Renata Baracho, Cristina Ortega, Lina Nagel, Ana Panisset) e com discussões bastante amplas sobre este assunto como poderão imaginar pelo programa. Em breve estará disponível o livro com as diferentes comunicações apresentadas.

Foram, como disse no início, duas semanas intensas de aprendizagem, discussão e partilha. Os museus, a museologia e os profissionais brasileiros são uma comunidade muito activa, com problemas semelhantes aos nossos, em escala diferente, mas encarados com um positivismo e energia que dá gosto ver. Espero sinceramente voltar lá e, ainda mais, ter a oportunidade de convidar alguns dos colegas brasileiros para virem a Portugal para partilhar connosco as suas experiências, projectos e realidade.

Para terminar queria deixar, uma vez mais, um enorme obrigado a todos aí no Brasil. Para vocês especialmente fica a vontade de tomar “um chopes e dois pastel” em breve na movimentada São Paulo.

 

Cultura nas Redes: pós-conferência

Cultura nas Redes: pós-conferência

Ando num rodopio que por vezes me parece que sou o coelho da Alice no País das Maravilhas, sempre a correr e sempre atrasado, sem tempo para quase nada, tal a quantidade de assuntos e questões que tenho pendentes. No entanto, não queria deixar passar mais um dia sem deixar aqui registado um enorme agradecimento à Acesso Cultura pelo convite que me endereçou para participar na sua conferência anual, realizada na Fundação Calouste Gulbenkian, na passada segunda-feira, dia 14 de Outubro.

O agradecimento é devido não por me terem dado a oportunidade de partilhar a minha visão sobre Redes Sociais e Museus, mas sim pela oportunidade que me deram de aprender imenso com os outros oradores, entre os quais tenho de destacar, esperando que não me levem a mal os restantes, o Marc Sands (Tate) e a Linda Volkers (Rijksmuseum) e as excelentes apresentações que fizeram sobre o fantástico trabalho nas redes sociais daqueles dois museus. Eu tenho sempre presente que nada como um bom exemplo para aprender e melhorar a nossa actuação nessa área.

A Acesso Cultura e a Fundação Calouste Gulbenkian tiveram o cuidado de gravar a transmissão em directo da conferência (via Livestream) e os vídeos estão disponíveis aqui.

OPENCULTURE 2013

OPENCULTURE 2013

Eu podia voltar a Londres todos os meses. Gosto da cidade, da forma como recebem os de fora, da vivência que os londrinos têm do espaço público e a oferta cultural da cidade é realmente infindável. Embora não o possa fazer todos os meses, tenho a felicidade de a visitar, normalmente a trabalho, de vez em quando. Desta feita o motivo foi a conferência sobre Colecções organizada anualmente pela Collections Trust, a OPENCULTURE.

A Collections Trust, conforme saberão, é a instituição que substituiu a (mais conhecida entre nós) Museum Documentation Association, entidade que foi a responsável pelo nascimento da norma SPECTRUM e pelo seu desenvolvimento até 2008. Desde então a Collections Trust tem assumido essa importante tarefa, com base numa estratégia de longo prazo, que passa pela disponibilização da norma de forma gratuita a museus e aos seus profissionais e pela sua internacionalização, através de parcerias estabelecidas com entidades de diversos países que possibilitem a tradução e localização da norma (adaptação ao contexto legal e profissional). O objectivo final, ambicioso devo dizer, é fazer com que o SPECTRUM seja A referência internacional nos procedimentos de gestão de colecções.

Nesse sentido a Collections Trust tem vindo a organizar, aproveitando a realização da OPENCULTURE, reuniões da comunidade internacional que trabalha com a norma (este ano designada SPECTRUM Community Gathering, no ano anterior SPECTRUM Roadmap Meeting) com o intuito de alargar a discussão relativa ao seu futuro. Nestas reuniões têm participado centenas de profissionais de museus do Reino Unido e de outros países que também utilizam o SPECTRUM. Este ano o encontro teve como principal novidade a apresentação de uma dinâmica diferente de desenvolvimento da norma, baseada em 4 elementos centrais, a saber:

SPECTRUM Standard onde se incluem os projectos de localização e tradução da norma, o SPECTRUM Digital Aset Management, o SPECTRUM Schema e o arquivo de versões anteriores do SPECTRUM; SPECTRUM Labs onde serão discutidas novas ideias e potenciais aplicações da norma; SPECTRUM Resources que servem de suporte à implementação e utilização da norma, e; SPECTRUM Community onde estão incluídas todas as pessoas e instituições que suportam e usam a norma a nível internacional.

Estes elementos centrais do programa SPECTRUM tem a sua sustentação na missão da norma, definida pela Collections Trust da seguinte forma:

Our mission as the international community responsible for the development, localization, promotion and support of SPECTRUM worldwide is to ensure that wherever collections are, they are managed accountably, professionally and with due regard to public interest.

O suporte a todo este projecto encontra-se na comunidade SPECTRUM. Um conjunto considerável de pessoas e instituições, divididas por SPECTRUM National Partners (no caso Português o Museu da Ciência da Universidade de Coimbra), composta por instituições responsáveis pela localização e promoção do SPECTRUM nos diferentes países; SPECTRUM Champions (de que este vosso amigo é exemplo, segundo Nick Poole), composto por pessoas que voluntariamente se comprometem com a promoção da norma e com o suporte necessário à sua implementação; SPECTRUM Users (o principal elemento da comunidade em meu entender), os museus e profissionais que utilizam a norma na gestão das colecções e os SPECTRUM Partners, empresas e instituições que desenvolvem os sistemas de gestão de colecções compatíveis com a norma.

Esta nova dinâmica tem como objectivo lançar as bases de sustentação da próxima versão do SPECTRUM, a 5.0, bem como permitir a implementação, com base na norma, de um conjunto de ideias relativas à filosofia “Create Once, Publish Everywhere” (COPE), ao mapeamento do SPECTRUM com o CIDOC CRM e, em consequência, com um conjunto de diversas normas já mapeadas ao CRM que possibilitam um mais e mais fluído intercâmbio de informação, bem como à criação de ferramentas de formação na norma e avaliação do trabalho de gestão de colecções feito de acordo com os seus procedimentos.

Ainda nesta reunião tivemos a possibilidade de ouvir a Alex Dawson e a Susanna Hillhouse, editoras da versão 4.0 da norma, falar sobre o desenvolvimento da versão 5.0 e do formato encontrado para novas propostas de procedimentos a acrescentar ao SPECTRUM tendo em consideração a proporção gigantesca da tarefa que a Collections Trust tem em mãos. Foi com agrado que ouvi que as novas ideias para procedimentos poderão nascer de qualquer um dos membros da comunidade SPECTRUM como uma proposta, que será depois avaliada por um conjunto de instituições e especialistas, membros da comunidade, de acordo com o que é seguido em comunidades de desenvolvimento de software opensource como o Linux. Uma forma que terá as suas desvantagens, mas que ao mesmo tempo é um desafio importante para todos os membros desta comunidade. Veremos o que o futuro nos trará nesta matéria.

Todas estas e ainda mais informações podem ser recolhidas do vídeo que resultou do live streaming da reunião da comunidade, onde apresentei (a convite da Collections Trust e em representação do projecto português) uma breve actualização do estado de desenvolvimento do SPECTRUM PT (aos 19 minutos começa a minha apresentação).

Já o disse aos parceiros do projecto, mas partilho também com vocês, que o retorno que tive sobre o nosso projecto foi muito positivo, tendo sido destacado o esforço realizado na tradução e a dimensão que o projecto assumiu com a inclusão dos nossos amigos do Museu da Imigração do Estado de S. Paulo e da Pinacoteca do Estado de S. Paulo, instituições dependentes da Secretaria de Cultura daquele estado brasileiro, no projecto de tradução para português e na futura localização do SPECTRUM em território brasileiro (como é óbvio estamos completamente receptivos á participação de outros países da lusofonia. Por isso se conhecerem alguém interessado, partilhem este texto, por favor).

Para acabar importa ainda dizer que a OPENCULTURE é uma excelente iniciativa. Uma conferência de qualidade, bem organizada, actual, com temas muito interessantes, para a qual são convidados especialistas de diferentes países de todo o mundo na área do património cultural e onde são apresentados alguns dos melhores projectos da actualidade tendo em conta a dicotomia tecnologia/património. O programa da conferência, muito intenso, devo dizer, é disso a melhor prova.

Para o ano espero poder voltar e levar comigo alguns colegas de Portugal, que me dizem?

PS: um breve apontamento para indicar o link para os prémios da Collections Trust deste ano.

Cultura nas Redes: pós-conferência

Acesso Cultura – Conferência 2013

O GAM – Grupo para a Acessibilidade nos Museus depois de 10 anos de profícuo e muito interessante trabalho como um grupo de trabalho informal que tinha como objectivo melhorar o acesso aos museus a todo o público com diversas necessidades especiais passou agora a ser Acesso Cultura. Uma “associação formal, que irá abranger todo o sector cultural, pretende alargar o seu espectro de acção e de prestar os seus serviços a um leque mais alargado de instituições e profissionais.”

Uma das suas primeiras actividades é a organização de uma conferência, a 14 de Outubro, na Fundação Calouste Gulbenkian (Auditório 3), em Lisboa, sobre o mote: Cultura nas Redes: Redes sociais, novos acessos à oferta cultural. A apresentação da conferência no site da Acesso Cultura é:

As redes sociais têm vindo a alterar profundamente a forma como as instituições culturais se relacionam com os seus públicos. Esta nova realidade, em constante desenvolvimento (por vezes difícil mesmo de acompanhar) apresenta um vasto leque de oportunidades, mas também enormes desafios, considerando a falta de meios (humanos, financeiros ou tecnológicos) em muitas instituições. Nesta conferência procuraremos conhecer melhor as possibilidades que as redes sociais nos oferecem, ouviremos profissionais que, com mais ou menos meios, exploram estas ferramentas e teremos ainda a oportunidade de receber algumas dicas práticas de especialistas em redes sociais.

Preço de inscrição
Sócios: €15 / Não sócios: €25
(para os sócios institucionais, o desconto é extensível a 5 funcionários)

A ficha de inscrição, programa e informações sobre os oradores podem ser encontradas aqui.

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A Maria Vlachou (grande dinamizadora deste trabalho) lançou-me o repto de ser um dos oradores da conferência (uma maldade tendo em consideração que irei anteceder o Marc Sands, da Tate Modern) através de uma reflexão sobre a utilização das redes sociais – PARTILHAR OU PARTILHAR? EIS A QUESTÃO. Um desafio ainda assim menor do que os Museus enfrentam neste novo mundo digital.

Espero ver-vos todos lá.

Cibermuseologia – Museu de Aveiro (pós seminário)

Cibermuseologia – Museu de Aveiro (pós seminário)

Antes de vos deixar algumas impressões sobre o seminário onde participei ontem, no Museu de Aveiro, sobre o papel das tecnologias nos museus, permitam-me um agradecimento a toda a organização pela forma como fui recebido e pela oportunidade de voltar a “trabalhar” no “meu” museu e rever os grandes amigos e colegas que tenho lá. Foi muito bom.

A conferência resulta de uma parceria que o museu tem com a Universidade de Aveiro e que tem conduzido à criação de projectos de investigação científica que têm como objecto de estudo (ou de aplicação da investigação) o Museu de Aveiro. Uma parceria com tudo para ter sucesso a avaliar pelas apresentações de vários investigadores e professores da UA e pelo interesse demonstrado pelo público (uma sala cheia como merecem as instituições que organizaram o evento) e pela discussão que se gerava em torno das diferentes comunicações.

Eu gostei de conhecer melhor o trabalho da UA nesta área de investigação e fiquei particularmente agradado com o trabalho apresentado pelo Mário Vairinhos sobre interfaces tangíveis em contextos de museus, pela visão do Rui Raposo sobre o ciclo da experiência da visita a um museu, pelos projectos da Carolina Correia, do Rúben Carvalho e da Joana Carvalho e pela reflexão da keytalk de Francisco Providência sobre a imersão dos visitantes na exibição dos museus e a evolução que se verificou nesta matéria ao longo dos tempos.

Pelo que me foi dado a saber é um evento que os responsáveis pretendem repetir (neste ou noutro formato) e, portanto, tenho que os saudar por isso. O papel da tecnologia nos museus é um tema que exige muito conhecimento, reflexão e discussão. Só assim os museus se podem preparar para o futuro.

PS: em breve ficará disponível aqui a minha apresentação.

De SÚBDITOS A CIDADÃOS – Colóquio Internacional

De SÚBDITOS A CIDADÃOS – Colóquio Internacional

Do amigo Paulo Lima e de Portel chega-me o convite para o seguinte colóquio: De SÚBDITOS A CIDADÃOS. Poderão obter mais informações aqui.

Fechando o ciclo de colóquios integrados nas Comemorações dos 750 anos da Fundação do castelo e do primeiro foral de Portel (1261-2011/1262-2012), que a Câmara Municipal de Portel tem vindo a organizar, o colóquio «De súbditos a cidadãos — a guerra civil no Sul na Época Contemporânea», pretende discutir o conflito político, civil, religioso e militar que na primeira metade do séc. XIX mediou a passagem do Antigo Regime para o Liberalismo no Sul de Portugal.

Partindo da figura do Tenente-Coronel de Cavalaria Joaquim António Batalha (1802-1851), e da sua morte, que originou o chamado «Ano das Mortes», este colóquio pretende contextualizar um momento marcante para a Regeneração, fim de um tempo de conflito, que se iniciou em 1801 com a Guerra das Laranjas, prolongou-se com as Invasões Francesas e com a Guerra Civil, e que a guerrilha miguelista e o afrontamento entre liberais estendeu até 1851.

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