Passo o ano inteiro em Museus. É uma constatação que faço frequentemente com um sorriso nos lábios e uma expressão de “quem te dera” em modo de desafio ao interlocutor. Sou um sortudo no que a isto diz respeito, até porque conheço os lados públicos e privados dos museus que visito, o que me dá uma perspectiva bem mais interessante do que a dos visitantes em geral. As entranhas dos museus, os seus serviços técnicos, as reservas, etc. têm um encantamento especial para quem trabalhou num museu.

Em todo o caso raramente visito museus quando estou de férias. É uma opção consciente de quem precisa de descansar o cérebro e desligar a ficha em relação ao trabalho (é algo que faço com dificuldade, acreditem) para a ligar em relação à família nos poucos dias em que lhes posso dedicar toda a atenção. Sofrerão os meus catraios com isso no futuro? Não conhecerão museus em férias com os pais? Claro que não. A seu tempo levam a injecção de museus e património que o meu pai me deu.

Este pensamento veio à tona depois de um jantar em Portimão e uma conversa sobre uma actividade nocturna do Museu de Portimão que nos convidavaa provar sardinha e cavalas preparadas por chefs de nomeada e à qual a família (alargada) recusou ir. Prometo que era só para experimentar a sardinha e a cavala!