São raras as vezes que temos a oportunidade de assistir a uma conferência de uma professora tão importante para a museologia na actualidade. Não foi surpresa nenhuma para mim, só o seria se nunca tivesse lido nada sobre a Prof. Pearce ou sobre os assuntos que tem abordado ao longo da sua, já longa e muito profícua, carreira académica.

Ontem tivemos (eu e mais umas dezenas de pessoas) esse privilégio, graças à Universidade do Porto e à Prof. Alice Semedo que, em boa hora, convidaram Susan Pearce para abordar o tema das colecções construídas actualmente por indivíduos com as mais diversas motivações e a sua futura e hipotética relação com os museus. “We usually consider them as Trash” para utilizar (ainda que de forma não precisa) o termo empregue por Susan Pearce quando se referia a colecções de sacos de enjôo dos aviões*, um dos muitos exemplos utilizados.

A questão é, pelo que pudemos perceber, permente em Inglaterra. Trata-se de pensar com alguma antecipação os problemas futuros (algo pouco comum por cá) e de tentar perceber quais as melhores formas de abordar esta questão de um ponto de vista do trabalho comum nos museus. Afinal terão os museus capacidade para receber estas colecções? Deverão recebê-las? Será que são importantes? Como podemos trabalhar estas colecções do ponto de vista científico? Estas e outras questões foram levantadas e discutidas.

Um bom tema para explorar em Portugal, digo eu.

*Sim, meus caros, ao que parece muita gente colecciona sacos de enjôo.