Coloco o afastada entre aspas, porque confesso desconhecer os motivos do afastamento e porque nestas coisas das parangonas, os jornais tendem a cair numa completa falta de bom senso, mas no entanto a notícia é veiculada, mais ou menos, nestes termos no principal semanário português. Ver a edição online.

Em todo o caso foi com grande surpresa que recebi esta notícia. A Dr.ª Dalila Rodrigues, que não tenho o privilégio de conhecer pessoalmente, sempre me pareceu uma pessoa empreendedora. Recordo que pouco tempo depois de ter sido nomeada para directora do Museu Nacional de Arte Antiga teve a coragem de acolher uma rave numa instituição que é, tendencialmente, conservadora e muito fechada sobre si própria, ao contrário do que convém a um museu que se quer (eu pelo menos queria) ao nível dos grandes museus europeus e, porque não, mundiais.

Pelo que li no Expresso a ex-directora do MNAA por discordâncias em relação ao funcionamento do IMC (Instituto de Museus e Conservação) e por ter colocado condições para a sua continuação no cargo que se prendiam com a autonomia financeira do MNAA e pela articulação directa do Museu com o gabinete da Ministra da Cultura. Seria algo parecido com as condições que o Sr. Berardo impos para colocar a colecção no CCB? Não estão agora as Universidades e Faculdades autorizadas pelo Ministro da Ciência e Ensino Superior a constituir fundações para serem responsáveis pela própria gestão? Porque não aplicar o príncipio aos museus (não a todos, claro)? Mas se o governo acha que é uma boa política para as universidades, porque é que recusa a sua discussão no caso dos museus?

Uma vez mais digo que desconheço em profundidade este assunto e por isso não pensem nisto como uma posição definitiva. Até pode ser que amanhã, com mais informação, venha a contradizer algo que aqui escrevo… mas para isso virá o amanhã.